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4 de fevereiro de 2019O consumidor gosta do clima natalino e espera ser surpreendido pelas lojas no final do ano. Isso influencia as vendas
O varejo aguarda ansiosamente pelo mês de dezembro. Só o pagamento do 13° salário é responsável por uma injeção de mais de R$ 50 bilhões na economia brasileira entre o final de novembro e dezembro. Com o bolso mais cheio e o espírito animado pela época de festas, os consumidores também esperam avidamente pela data. Mas não simplesmente para fazer compras e mais compras. Têm a expectativa de sair de casa e serem surpreendidos por um visual que não costumam encontrar no comércio em outros meses do ano. Ir às lojas — sejam elas em shopping centers ou nas ruas — se transforma em um verdadeiro programa. Famílias e amigos chegam a planejar esses passeios. Por isso a decoração de Natal é um evento tão aguardado e celebrado. “O lojista que não der a devida atenção a esse momento perde a chance de sintonizar-se com os consumidores na época em que eles estão mais dispostos a gastar”, afirma George Homer, designer da empresa GH&Associados, especializada em varejo.
Justamente por ser uma ocasião única, praticamente todas as regras técnicas do vitrinismo têm autorização para serem deixadas de lado no Natal. As vitrines podem conter muitos elementos juntos, como enfeites, bonecos e luzes, ou até mesmo nenhum produto, se for uma loja cuja marca é forte o bastante para aproveitar a vitrine exclusivamente para reforçar a sua imagem institucional. “Nessa data aceita-se o exagero”, diz a decoradora Laura Falzoni, do escritório Falzoni & Alves de Lima. Isso, porém, não significa que o bom senso pode ser abandonado. “Sem dúvida há liberdade para ousar mais nessa época, mas o lojista não pode pura e simplesmente entulhar a vitrine com uma infinidade de adereços natalinos”, diz. “O conjunto, mesmo com excesso, tem de ter harmonia.”
Decoradores, designers e arquitetos afirmam em uníssono que a vitrine é o cartão de visita de qualquer estabelecimento. É ela a grande responsável por fazer ou não o cliente parar e pensar se quer entrar na loja. “Claro que uma boa vitrine não é sinônimo de vendas garantidas. Isso depende do produto, da qualidade do atendimento e para alguns consumidores também do preço. Mas é ela que tem o potencial de fazer você se destacar no meio da intensa concorrência”, afirma Patrícia Rodrigues, designer da Vitrina&Cia. Nenhum dos profissionais consultados soube definir um valor mínimo que precisa ser gasto para se obter uma boa decoração de Natal. “Depende muito do tipo de negócio, do tamanho e do interesse do comerciante”, diz Patrícia. “O que mais conta, porém, não é o dinheiro, mas a criatividade. Vi uma loja no Japão que montou uma árvore de Natal apenas com casquinhas de sorvete e o resultado ficou fantástico.” Veja abaixo algumas dicas do que fazer — ou não — para deixar sua vitrine sedutora aos olhos dos consumidores neste fim de ano.
– Quanto antes você começar a pensar na decoração, mais tempo terá para pesquisar e provavelmente menos gastará. Sua chance de acertar no visual também se torna maior, já que terá mais tempo para inventar algo criativo.
– Mesmo que sua loja fique em um shopping center que está enfeitado para o Natal você deve investir na decoração da vitrine. Caso contrário, apesar do grande fluxo de pessoas na porta do seu negócio, não estará atraindo a sua atenção.
– Caso a vitrine permita ver o interior da loja, procure se beneficiar disso para fazê-la parecer maior do que de fato é. Mas esse trabalho requer cuidado para que o resultado não seja um visual poluído. Sempre avalie o efeito do ponto de vista de quem está do lado de fora.
– Se optar por expor vários produtos na vitrine, coloque-os em alturas diferentes, a pelo menos um metro e meio do chão e com os preços do lado direito de quem olha. Mantenha uma distância de pelo menos 15 centímetros entre o produto e o adereço mais próximo.
– Como reciclar anda mais do que na moda — virou algo quase obrigatório para quem não quer parecer politicamente incorreto —, recomenda-se, sim, a reutilização da decoração de anos anteriores. Mas só dos materiais que estiverem impecáveis e desde que o resultado final seja diferente.
– Uma vitrine de Natal fica exposta cerca de dois meses, tempo suficiente para exigir mudanças e manutenção — não há nada que denote mais desleixo do que luzes queimadas e enfeites danificados. Para mante-la atraente, o ideal é colocar uma surpresa na decoração a cada 15 dias.
Fonte: PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS – Novembro de 2010 – Pág. 102 a 103.