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Luiza Helena, Ricardo Semler e Roberto Justus: o supra-sumo da liderança para você

O fim de ano está aí. É hora de fazer um balanço de tudo que aconteceu em 2007 e começar o planejamento para os próximos 12 meses. Repetir o que foi bem-sucedido e repensar o que não deu certo.

Winston Churchill, ex-primeiro-ministro britânico, disse certa vez: “Eu, certamente, não sou um daqueles que precisam ser estimulados. Na realidade, sou o estí­mulo”. Foi pensando nisso que a Venda Mais resolveu fechar 2007 com grandes conselhos de liderança, dados por quem entende do assunto como ninguém: Luiza Helena, Ricardo Semler e Roberto Justus.

Confira com bastante atenção e pense: “Que tipo de líder eu quero ser?” ou, então, “que tipo de líder eu quero ter?”. Pode ser o primeiro passo para um 2008 de muito sucesso para sua empresa e/ou sua carreira.

A liderança do presente

Sob sua administração, um pequeno empório passou de 32 lojas para mais de 2 mil lojas lojas em todo o Brasil. Estamos falando de Luiza Helena, empreendedora que transformou o Magazine Luiza na loja de vendas no varejo de perfil mais competitivo do Brasil e mantém a empresa, há anos, entre as melhores do País para se trabalhar.

Tamanha expansão e sucesso têm sua procedência em dois pontos. O primeiro é a valorização do cliente, a quem ela carinhosamente chama de patrão. “Não se deve menosprezar a inteligência do cliente. Inclusive porque não posso tratar mal meu patrão. É o cliente quem paga nosso salário”, declara.

O segundo é a valorização dos funcionários. Luiza Helena deu status aos vendedores e os conscientizou da importância de ser melhor a cada dia. “Se você for regular, vai disputar com muitos. Se você for excelente, vai disputar com poucos”. Esse é seu lema.

Para ela, empresa contemporânea que vise o sucesso precisa de algumas características especiais:

– Descentralização do poder.

– Equipe alinhada e comprometida.

– Modelo de gestão voltado para pessoas.

– Busca constante pela inovação.    

– Serviços como diferencial.        

– Tecnologia a serviço do cliente.   

– Agressividade de mídia.

– Alianças e parcerias.

Mas apenas isso não basta, é preciso que o profissio­nal também esteja antenado com as exigências do mercado atual:

– Pessoas corajosas, que não se fazem de vítimas.

– Procuram soluções, não culpados. Fazem acon­tecer, têm atitude.

– Adaptam-se às mudanças e assumem riscos.

– Têm energia e senso de humor.

– Estão constantemente preocupadas com a inovação.

– Profissionais com visão de resultados.

A liderança do futuro

Ricardo Semler trans­formou a empresa familiar criada por seu pai, em 1953, em um poderoso grupo empresarial de mais de 30 empresas, empregando cerca de 3 mil pessoas e envolvida nas mais diferentes atividades. Todo esse sucesso foi obtido graças a um democrático sistema de gestão participativa que o levou a receber vários prêmios. Ele começou a contar sua trajetória no livro Virando a Própria Mesa. Suas obras estão publicados em 31 idiomas em 134 países e venderam mais de 2 milhões de exemplares.

Ruptura e ousadia são palavras que já fazem parte do seu dia-a-dia. Para ele, acreditar em regras é muito perigoso, pois na prática as coisas normalmente são muito diferentes da teoria. Sua forma de gestão é tão inovadora e arrojada que faz muitos empresários tor­cerem o nariz. Ele delegou poder, concedeu horas livres para os funcionários, tratando-os com mais liberdade, abrindo espaço para a criatividade e a ousadia.

“A forma tradicional de trabalho está defasada. Temos uma mentalidade organizacional centralizada. Por exemplo: não se deve cobrar o funcionário diaria­mente, com horário de entrada e saída do trabalho. Estabeleça uma meta mensal e deixe que cada um faça e planeje seu horário. E que faça isso no menor tempo possível. Afinal, para que ficar oito horas na empresa se consegue fazer o trabalho em seis? O tem­po que sobra, deixe que o funcionário invista em qualidade de vida”, recomenda.

Achou pouco? Então, confira outros detalhes da gestão inovadora de Ricardo Semler:

Todos são tratados por pessoas. Termos como funcionário, empregado e subordinado, entre outros, não são usados.

A empresa não usa organogramas formais. Isso porque, mais importante que ter um cargo importante, é fazer com que as pessoas aprendam sempre mais.

As pessoas mudam de cargo e de área de tem­pos em tempos. Além disso, têm total liberdade para falar, agir ou se expressar.

– Pressões, medo, gritos ou qualquer tipo de desrespeito são considerados como incapaci­dade de liderança, insegurança ou mau uso da autoridade.

– Todos são avaliados por todos. O líder avalia o colaborador e vice-versa.

Programa de participação nos lucros. Loucura? Revolução? Não! Apenas uma forma de administração diferente de administrar a vida, a em­presa e, principalmente, a vida de outras pessoas. O resultado de tudo isso? Sentimento de orgulho, satis­fação e fidelidade estampada no rosto de toda a equi­pe, além de aumento no balanço da empresa de 27% ao ano por mais de uma década.

A liderança de sempre

Considerado um dos principais publicitários do Brasil, Roberto Justus é presidente do Grupo NewComm, detentor de agências de publicidade como Y&R Brasil e Dez Brasil. Foi apresentador das três edições brasileiras do programa O Aprendiz, exibido pela Rede Record, e é autor do livro Construindo Uma Vida.

Com anos de bagagem empresarial e a experiência de demitir pessoas em rede nacional, ele aponta as 10 ca­racterísticas fundamentais a qualquer líder de sucesso:

1- Determinação e competitividade – Não deixe que as dificuldades no meio do caminho façam você desistir, elas devem servir apenas como motivação adicional. “O líder determinado conse­gue transformar a empresa, as pessoas, a sociedade e, algumas vezes, até o mundo em que vive”, comenta.

2- Caráter – É o compromisso com valores como atenção, dedicação, ética, honra, perfeccio­nismo, respeito, responsabilidade, transparên­cia e verdade. “Franqueza, transparência e respeito são características imprescindíveis em qualquer líder. Deve­mos respeitar para sermos respeitados. Até porque respeito não se impõe, se conquista”, recomenda.

3- Ênfase – Se você for agir sem um mínimo de ênfase, é melhor não começar nada. No mercado de hoje, não basta ser competente. É preciso ser enfático em tudo que faz.

4- Obsessão por resultado – Só se envolva em um projeto ousado se você tiver certeza de que será capaz de concluí-lo. Evite ser um profissional com muita iniciativa e pouca “acabativa”.

5- Visão – Em um mundo cada vez mais competitivo, o vencedor não é apenas quem faz melhor agora, mas quem vê melhor lá na frente. “O que importa não é o tamanho de uma empresa, mas o tamanho da visão que ela tem”, lembra.

6- Humildade – O início do fim de qualquer profissional acontece quando ele se consi­dera melhor que os outros.

7- Reconhecimento – É preciso saber dar cré­dito a quem merece. Mas cuidado! Um elo­gio do líder pode gerar entusiasmo e moti­vação. Uma crítica exagerada ou mal colocada pode acabar com a carreira de uma pessoa. “Quanto mais rápido, direta e honestamente um líder comunicar o erro cometido à equipe, mais ele reafirma o vínculo de confiança ao seu redor”, recomenda.

8- Espírito inovador – Devemos quebrar para­digmas e aceitar a inovação. Afinal, mudança é o único estado permanente. “Sem inovação todos nós estamos condenados à decadência, por força do tédio e da monotonia. Resista ao lugar co­mum”, aconselha.

9- Atenção aos detalhes – Grandes realizações só são possíveis quando se presta a devida atenção aos pequenos começos. “Não deve­mos fazer microgerenciamento, mas detalhes fazem toda a diferença”, afirma.

10- Paixão pelo que faz – Uma empresa de sucesso é resultado de um grande trabalho, mas principalmente de pessoas felizes e apaixonadas. “Sucesso profissional é lucro, notorie­dade e reconhecimento. Sucesso pessoal é felicidade.


Lembre-se de que dinheiro não traz felicidade, mas felicidade traz dinheiro”, finaliza Justus.

Fonte: VENDA MAIS – Dezembro/2010 – Pág. 60 a 63.

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