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A gentileza no trabalho melhora o clima, diminui o estresse, eleva a auto-estima da equipe e faz você feliz

Nos corredores de O Boticário, em Curi­tiba, Paraná, um executivo ajuda um assistente a arrumar a sala para uma reunião, carrega as cadeiras e se mos­tra disposto a fazer qualquer tarefa, por “menos nobre” que ela seja. O boa-praça é o diretor fi­nanceiro da fabricante de cosméticos, Fernando Modé, de 39 anos. “Sou gentil em 360 graus, in­discriminadamente. Se agisse assim apenas com meus chefes, pareceria bajulação, ou se fosse des­se modo com alguns da equipe, seria favorecimento” diz. Com tantas pessoas que nem trocam um “bom dia” no elevador do prédio e funcio­nários se arriscando para ver quem pega primei­ro uma vaga no estacionamento das empresas, as atitudes de Fernando são um alívio para os adeptos dos bons modos.

O executivo é daquelas pessoas que não se im­portam nem um pouco de abrir uma porta pa­ra alguém, expressar um sorriso ou se mostrar acolhedoras. “Mas, para que essas coisas funcio­nem, elas precisam ser espontâneas”, diz Fernando. A gentileza vai muito além de demonstrações de simpatia. “Aqui conta também não se atrasar para uma reunião, por exemplo”, diz Roberto Tei­xeira da Costa, integrante do conselho de admi­nistração de empresas como Sul América Segu­ros e o do banco Itaú. Ele é autor de Nem Só de Marketing… (Editora Conex), livro sobre a gen­tileza e a educação nas relações profissionais no Brasil e no exterior.

O próprio Roberto já conviveu com a falsa gen­tileza no trabalho. “Uma vez, no dia do meu ani­versário, recebi de manhã um e-mail de felicita­ção enviado por um colega. À tarde, o mesmo me ligou, mas não teve a elegância de mencionar o ocorrido, pois foi logo tratando de assuntos bu­rocráticos.” Moral da história: se quiser ser gen­til, não mande ou peça para a secretária enviar um e-mail. Faça-o pessoalmente. Mas não pare por aí. Gentileza tem de ser diária. Como sabem os profissionais e consultores de RH, principal­mente, a gentileza ajuda na melhoria do clima. Por isso, até singelas demonstrações de simpatia têm seu valor.

Acostumado a lidar com altos executivos, Ro­berto explica que a nossa convivência com gente de outras partes do mundo obriga a todos a alte­rar maus hábitos culturais . “Tem-se que respei­tar horários, a oportunidade certa para falar, o tempo dos demais, que hoje é muito precioso.” O diretor-geral da BEA Systems, Marcos Pupo, de 36 anos, do Rio de Janeiro, acredita que a gentileza nas relações de trabalho são importantes para equi­librar os desafios do dia-a-dia. “Influencia positi­vamente no clima organizacional e aumenta a pro­dutividade de todos, gerando inovação e colabo­ração”, diz. Apesar de ocupar uma alta posição, ele retorna todas as ligações, agradece e-mails e con­vites e cumprimenta a todos na empresa. Na BEA Systems dizem que ele não perde uma oportuni­dade de elogiar um bom trabalho, sempre liga avi­sando quando vai chegar tarde para uma reunião e cala para ouvir o que o outro tem a dizer. “Gos­to também de trazer uma pequena lembrança pa­ra minha equipe de suporte (formada por 35 pes­soas), como uma caixa de chocolates ou doces,
quando viajo a trabalho.”

Fonte: VOCÊ/AS – Agosto/2007 – Pág. 78.

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