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Sergio Luiz de Jesus

Nos últimos anos, a liderança empresarial tem passado por grandes transformações em sua maneira de se realizar e gerar resultados estratégicos, comerciais e administrativos consistentes para a organização.

Embora ainda prevaleça no Brasil um modelo empresarial relativamente pouco desenvolvido, vertical e hierárquico, aos poucos nota-se uma evolução, ditada muito menos pelo desejo dos empresários em se modernizar, mas muito mais pela concorrência feroz, dificuldades econômicas e necessidade de acompanhar a evolução do padrão de exigência de grande parte dos clientes.

Tradicionalmente, a liderança sempre foi calcada na premissa do “poder de mando”. Líderes, em princípio, são (ou deveriam ser) pessoas preparadas para assumir riscos, na medida em que precisam decidir, tomar posições e conduzir outros profissionais numa determinada direção. Mas “poder de mando” não significa autoritarismo, arrogância, incapacidade de ouvir ou egocentrismo. É aí que surge um novo conceito de liderança: a Gerencia Participativa.

Em princípio, Gerência Participativa é baseada em esforços gerenciais de desenvolvimento da equipe, notadamente com relação aos potenciais, habilidades e competências que as pessoas possuem e que têm condições de serem utilizadas para o alcance mais consistente e rápido de resultados. O fundamento da Gerência Participativa é singelo: não existe gerente nota 10 com equipe nota 5.

Dispensa comentários os efeitos que uma boa equipe tem sobre os resultados e sobre a própria efetividade da liderança: motivação, qualidade de ações, diminuição de custos, ganho de tempo, eficiência, ganho de qualidade no relacionamento com clientes, maiores margens de lucro e por aí afora.

Para praticar a Gerência Participativa, é necessário olhar a equipe com outros olhos e enxergar que, em meio aos funcionários, há diferenças de compreensão, de procedimento, de potenciais, de estágios de amadurecimento e de possibilidades de desenvolvimento. Quando o líder tem essa visão, e principalmente quando trabalha para que as potencialidades sejam empregadas e os defeitos diminuídos, então a gerência participativa se torna algo prático.

Mas como realizar a Gerência Participativa de forma prática? Existem alguns princípios fundamentais:

  1. Adote critérios de seleção de pessoas que levem em conta não apenas conhecimentos e habilidades presentes hoje, mas principalmente potenciais a serem explorados e que possam somar para a empresa.
  2. Monte um programa de desenvolvimento de pessoas que as conduzam a utilizar os potenciais que possuem e que ainda não são empregados.
  3. Treine os líderes e gerentes para que eles não tratem os funcionários de forma autoritária, padronizada ou vertical. Antes, eles devem aprender a identificar cada um em nível de desenvolvimento, empregando estratégias inteligentes para que possam crescer e mostrar seu valor.

Basicamente, funcionários bem selecionados estarão em 3 estágios potenciais de desenvolvimento profissional:

  • Estágio inicial, em que há potenciais de habilidade, de conhecimento, de competências, mas falta experiência e maturidade. Comparamos esse profissional aos jogadores Diego e Robinho, do Santos, cuja habilidade é inegável, mas, por serem ainda garotos, lhes falta a experiência e maturidade suficientes.
  • Estágio intermediário, em que há potenciais de habilidade, de conhecimento, de competências, com a presença de algum grau de experiência e realização prática, porém ainda falta maturidade. Comparamos esse profissional ao jogador Kaká, hoje ídolo na Espanha e com brilhante carreira no time de São Paulo. Com inegável habilidade, mas ainda muito jovem, necessita de acompanhamento sistemático para lidar com os vários e difíceis fatores que permeiam a carreira de um iniciante habilidoso.
  • Estágio avançado, em que há potenciais e habilidades já identificadas, conhecimento prático e competências comprovadas, que devem ser sustentadas para que não haja decadência de motivação e resultados. Comparamos esse profissional ao jogador Ronaldinho Gaúcho, cuja habilidade o tem colocado no topo das estrelas do futebol europeu. Em que pese toda a sua capacidade, ele precisa de orientação tática constante em campo, para auxiliar o time de forma regular, explorando suas oportunidades de fazer gols e evitando altos e baixos a cada partida.

A gerência participativa deve considerar que os grupos de profissionais acima não podem ser tratados da mesma forma. Se um profissional “Ronaldinho Gaúcho” for tratado como Diego ou Robinho, se sentirá extremamente desmotivado e tolhido. Porém, se um “Diego” for tratado como “Ronaldinho Gaúcho”, tenderá a sentir-se desorientado e perdido, por não ter ainda a experiência e maturidade suficientes.

Assim, o Gerente Participativo adota medidas de desenvolvimento compatíveis com cada estágio, dando a chance para que cada profissional cresça, se desenvolva e mostre seu potencial, trazendo resultados para a empresa.

É desta maneira que o próprio papel de liderança será facilitado, na medida em que o líder se torna, então, um grande “regente de talentos” na empresa. Muito melhor do que ser autoritário, “mandão” e sofrer com resultados pífios de uma equipe inepta, despreparada e sub-desenvolvida.

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