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Sergio Luiz de Jesus

Ao longo de toda a nossa vida, buscamos alcançar objetivos, realizar sonhos, construir, progredir e ter a certeza de que o futuro será melhor do que o presente. Essa busca ocorre em todas as áreas de nossa vida, inclusive no campo profissional. Queremos ganhar mais, ascender de cargo, tornarmo-nos gerentes, diretores, ter nosso próprio negócio, enfim, queremos nos realizar.

Trata-se de algo absolutamente normal e que está presente na mente e no coração de quase toda pessoa. Essa busca pode ocorrer por muitos motivos, entre eles: razões sociais (queremos avançar socialmente e mostrar que somos capazes, sendo reconhecidos por outros); razões econômicas (queremos progredir materialmente, adquirir bens, propriedades, etc); características de personalidade (sentimos que somos líderes e queremos crescer para que essa característica possa se realizar), nutrimos vaidades, etc.

A essa energia que direciona nossas ações denominamos motivação. Neste contexto genérico, quase todo ser humano tem uma motivação fundamental.

Vamos, neste artigo, analisar a motivação profissional, que, embora ligada aos fatores acima, é responsável por uma grande parte da energia criativa, do desenvolvimento profissional e da busca por resultados verificada numa empresa.

Uma coisa é óbvia: as empresas capazes de criar um ambiente propício à motivação em sua força de trabalho estão muito à frente dos concorrentes, na medida em que são mais criativas, muito mais eficientes em fechar negócios, cometem muito menos erros, desperdiçam menos materiais, perdem menos clientes e possuem uma rentabilidade muito maior do que outras que lidam com “mão-de-obra”.

Em primeiro lugar, precisamos analisar os componentes da motivação humana:

. Intensidade – Diz respeito à energia, à aplicação e ao zelo como o indivíduo desenvolve suas atividades, das mais simples às mais complexas.

. Direção – Diz respeito ao sentido, ao alvo e aos objetivos pelos quais o indivíduo se encaminha em suas atividades diárias, tanto pessoais quanto profissionais.

. Desenvolvimento – Diz respeito sobre como o indivíduo procura desenvolver suas habilidades e conhecimentos, realizando o aprendizado das tarefas profissionais que entende que precisa executar.

Algumas verdades sobre a motivação humana:

A – Ninguém motiva ninguém. A motivação é absolutamente pessoal e variável de individuo para individuo. Algo que motiva a você pode não funcionar para mim.

B – É impossível “padronizar” a motivação, isto é, pensar que uma única ação ou medida vai atingir a todos de forma positiva ou instigante. Gerentes e dirigentes empresariais sabem que, ciclicamente, é necessário mudar os apelos de motivação dentro da empresa, para tentar cobrir o máximo de pessoas possível, já que nem todas reagem igualmente aos mesmos estímulos.

C – A motivação não deve ser um fim em si mesma, pois funciona como um impulsionador de crescimento e desenvolvimento profissional. Ela deve ser um mecanismo, uma ferramenta, para desenvolver profissionais competentes.

Como despertar essa força – Já que ninguém motiva ninguém e que é praticamente impossível que uma única ação motive a todos igualmente, como trabalhar a motivação na empresa? Creio que é preciso trabalhar componentes da motivação vistos acima:

– As ações da empresa (sejam planos de carreira, campanhas de vendas, desenvolvimento de pessoas, etc) precisam deixar bem claro qual é e de que maneira as pessoas devem aplicar a intensidade para alcançar os resultados esperados. O que se deve fazer? De que maneira? Que resultados são esperados? Para quando? Com que grau de qualidade, amplitude, inovação, etc? Diante disso, deduzimos que uma política de informação direta, clara, sem ruídos, sem interferências e que desperte segurança é o primeiro elemento para criar um ambiente aberto a despertar a motivação.

– As ações da empresa precisam deixar bem claro como as pessoas devem buscar uma direção para alcançar resultados. Elas devem voltar a estudar? Devem desenvolver conhecimentos de que natureza? Técnicas de vendas, de negociação, de informática? De que modo devem superar limites pessoais e profissionais, paradigmas e preconceitos? Diante disso, deduzimos que o feedback, a orientação pessoal e profissional, o coaching e o apoio individual, em alguns casos, são fundamentais para formar o conceito de direção, despertando energias motivacionais importantes para o aperfeiçoamento profissional e, por conseguinte, a qualidade de ação da empresa.

– As ações da empresa precisam deixar bem claro como as pessoas devem buscar o desenvolvimento para alcançar os resultados. Elas devem aprender várias tarefas (job rotation)? Devem mudar de setor? Devem ter novas habilidades? Quais? Como complementar seus conhecimentos e fazer novas tentativas? Como devem enxergar suas carreiras?

Diante disso, deduzimos que a avaliação de desempenho, oriunda de uma política de RH sólida e clara, deve auxiliar a nortear a carreira profissional, balizando o desenvolvimento de competências e ampliando o exercício de habilidades.

Em segundo lugar, é preciso que a empresa crie oportunidades para que seus funcionários exerçam, desenvolvam e ampliem motivação. Pois embora ninguém motive ninguém, inspirar, despertar e dar exemplo ajudam em muito a que a motivação pessoal seja despertada. Oportunidades internas, processos de qualificação, treinamento e desenvolvimento, bem como a multiplicação de conhecimentos e o envolvimento das pessoas em equipes multifuncionais são fundamentais para valorizar e despertar um ambiente motivacional propicio à inovação e eficiência.

Em terceiro lugar, a empresa deve monitorar as ações e programas que são mais eficientes na arte de inspirar suas equipes, procurando reforçá-los, divulgá-los e aperfeiçoá-los para que alcancem e superem seus objetivos. Mas é importante que eles perfaçam uma estratégia coerente e sejam alimentados de forma continuada, para que se constituam em valores corporativos sólidos e incorporados à vida da empresa e ao seu modelo de gestão.

Vantagem competitiva real – Ainda são poucas as empresas preocupadas verdadeiramente com a motivação. Algumas até criam programas, mas eles acabam sendo limitados, e nem sempre são continuados na intensidade e importância devidas. Segundo recente levantamento publicado na revista EXAME sobre as 100 melhores empresas brasileiras para trabalhar, é óbvio constatar que as organizações mais preocupadas com o bem-estar e a motivação de seus funcionários possuem uma ampla vantagem frente aos concorrentes, sem que necessariamente gastem mais.

Até por que, com uma alta dose de motivação, qualquer investimento empresarial retorna bem mais rapidamente com os ganhos de produtividade, os melhores resultados, a diminuição de perdas e o incremento em imagem institucional, gerados pelo orgulho e satisfação de fazer parte de uma companhia que valoriza as pessoas.

Você lida com pessoas? É líder de equipe? Possui um empresa? É dirigente de RH? Então leve em consideração a importância de um ambiente propício à motivação no planejamento de suas atividades. Certamente você vai se surpreender com as possibilidades abertas em termos de resultados e aplicação de seu pessoal, quando acrescentar este poderoso elemento aos seus planos de atuação. É ver para crer.

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